Solo le pido a Dios

Solo le pido a Dios

que el dolor no me sea indiferente

que la reseca muerte no me encuentre

vaca y sola sin haber hecho lo suficiente.

Solo le pido a Dios

que lo injusto no me sea indiferente

que no me abofeteen la otra mejilla

despus que una garra me arae la suerte.

Solo le pido a Dios

que la guerra no me sea indiferente

es un monstruo grande y pisa fuerte

toda la pobre inocencia de la gente.

Solo le pido a Dios

que el engao no me sea indiferente

si un traidor puede ms que unos cuantos

que esos cuantos no lo olviden facilmente.

Solo le pido a Dios

que el futuro no me sea indiferente

desgraciado es el que tiene que marchar

para vivir una cultura diferente

Solo le pido a Dios

que la guerra no me sea indiferente

es un monstruo grande y pisa fuerte

toda la pobre inocencia de la gente.

Mercedes Sosa

The Apprentice helps Comic Relief

Acabei de ver uma coisa na televisão que ainda não sei bem se me deixou contente ou triste. Totalmente Pasmada, isso sim. Estava aqui sozinha de boca aberta ao realizar o mundo louco em que vivemos nos dias de hoje. Passo a explicar: De um lado o programa The Apprentice, do outro a instituição de caridade Comic Relief.

Em Inglaterra, assim como nos EUA, há um programa chamado The Apprentice em que um self-made man, hoje multimilionário - Sir Alan - organiza projectos/tarefas nas quais duas equipas competem para impressionar o Sir Alan. Têm alguns recursos à disposição para cumprir tarefas tão variadas como montar um restaurante numa feira ou revender fruta num mercado. O objectivo é fazer o máximo lucro possível em cada tarefa. Da equipa que perde a tarefa, o membro considerado mais fraco é despedido. No fim, quem ganha fica a trabalhar numa das empresas do Sir Alan.

Por outro lado, a Comic Relief, é uma instituição de caridade conhecidissima que apoia pessoas com problemas mentais.

Esta semana é a semana oficial da Comic Relief e Londres enche-se de anúncios, montras, programas de televisão, tudo para angariar dinheiro para a Comic Relief. Como tal, resolveram fazer uma versão especial do Apprentice, com a participação de pessoas famosas, em que o dinheiro lucrado nos projectos reverte para a Comic Relief. As celebridades eram desde o Alister Campbell (politico, que NUNCA tinha posto agrafes num agrafador) à mulher do Ashley Cole (que foi incapaz de tocar em lulas cruas).

O projecto era a organização de um evento para outras celebridades numa feira à antiga, com carroceis, carrinhos de choque etc. Tinham só 2 dias para organizar tudo e tentar fazer dinheiro com a venda de bilhetes, com comidas e bebidas durante a festa, e com as atracções em si.
Acreditam que estas 10 pessoas, mexendo cordelinhos com as suas connections, juntaram mais de 1 milhão de libras nestes 2 dias?!?! Pessoas como o Simon Cowel (do X-Factor) deram 25 mil libras só pelo bilhete, outros como os Take That pagaram 1000 Libras para atirar esponjas molhadas a outras celebraties, ou 100 libras por cada voltinha de carrinhos de choque! É caso para dizer "mais uma ficha, mais uma voltinha; Criança não paga mas também não anda!" (bons tempos esses)!

A verdade é que a Comic Relief tem feito um trabalho fantástico com pessoas muito necessitadas e este dinheiro vai trazer muitos frutos entre aqueles que mais precisam. Mas este episódio mostrou um lado deste mundo louco de dinheiro e ambição desmedidos. Foi impressionante ver a falta de noção que os concorrentes famosos tem da realidade, tão habituados que estão a ter um batalhão de empregados e secretárias para os servir. E depois, os convidados, também eles "famosos", a competir por quem dá mais dinheiro, a passar cheques exurbitantes que gritavam "I'm sooo rich". Um total show off! Uma passerelle para os milionários e poderosos.

Questiono-me até que ponto é que a motivação de fundo desta gente era dar dinheiro para caridade, e não só o aproveitar de uma oportunidade para mostrar ao Mundo o quão ricos são.
O resultado foi óptimo, mas o meio pelo qual foi alcançado deixou-me a pensar.

Vivaldi à luz da vela

Tive cá a Maria Eiró este fds e resolvi levá-la a fazer um programa crescido: Vivaldi - Four Seasons na Igreja de St.Martin in the Fields... Muito bom! Recomendo vivamente.

"St Martin's Concerts by Candlelight series is world-renowned, drawing visitors from all over the world who are attracted by St Martin's superb acoustics, intimate and yet impressive surroundings and outstanding musicians."

http://www.stmartin-in-the-fields.org/jserv/concerts/index.jsp

Ana no New York Times

Ja queria ter feito este post há muito tempo.
Na altura do referendo acabei por não escrever nada sobre o aborto pq achei que, dado o exagero de emails, textos, blogs etc que correram por aí, não havia muito que eu pudesse acrescentar. Eu não estava em Portugal, não segui as campanhas de perto e mesmo assim tive noção de que se tornou tema recorrente de discussão constante. A certa altura cansa. A certa altura não há mais que se possa dizer que vá mudar alguma coisa. Preferi não escrever.
Quem me conhece sabe bem o que votei, e se não sabe supõe, qto mais não seja porque paguei um bilhete de avião para Lisboa de propósito para votar!
Deixo-vos assim com uma fotografia publicada no New York Times - tirada nos Jerónimos durante a vigilia na vespera do referendo. A "pregnant woman" é a minha amiga Ana e o Cosminho! Tenho que confessar que fiquei com lágrimas nos olhos qdo vi isto... uns dias depois do referendo.